• Tinga, do Cruzeiro, é alvo de racismo na Libertadores

    Tinga, jogador do Cruzeiro, em partida válida pelo Brasileirão 2013 (Luiz Fernando Menezes/Fotoarena)

    Jogador entrou no segundo tempo da derrota para o Real Garcilaso, do Peru. A cada vez que tocava na bola, gritos da torcida local imitavam o som de macacos

    O Cruzeiro estreou com derrota na Libertadores. Atuando em Huancayo, no Peru, o atual campeão brasileiro perdeu para o Real Garcilaso por 2 a 1 na noite desta quarta-feira, em uma partida considerada difícil pelos jogadores celestes. Os atletas apontaram a altitude, o gramado ruim e as péssimas condições do estádio como fatores que os prejudicaram. Mas nenhum dos adversários dentro ou fora do gramado chateou mais os cruzeirenses do que uma demonstração de racismo por parte da torcida peruana, que teve como alvo o meio-campista Tinga. 

    O jogador entrou na segunda etapa e, a cada vez que recebia a bola e a dominava, uma sonora vaia formada por gritos que imitavam o som de macacos vinha das arquibancadas, cessando em seguida, assim que outro jogador pegava na bola. "A gente fica muito chateado, a gente tenta competir, mas fica chateado de acontecer isso em 2014, próximo da gente. Infelizmente aconteceu. Já joguei alguns anos da minha vida na Alemanha e nunca aconteceu isso lá. Aqui, em um país tão próximo, tão cheio de mistura, acontece (isso)", lamentou o jogador em entrevista após a partida.

    Hostilizado, Tinga foi além. O meio-campista declarou que preferia não ter conquistado nenhum título em sua carreira se pudesse viver sem o preconceito. "Eu queria, se pudesse, não ganhar nada e ganhar esse titulo contra o preconceito. Trocava todos os meus títulos pela igualdade em todas as áreas".

    O episódio despertou a solidariedade até do presidente do arquirrival Atlético-MG. "Racismo na Libertadores? Me tiraram o prazer da derrota do Cruzeiro. Lamentável!", postou o dirigente Alexandre Kalil no Twitter.

    Sanções – Nesta quinta-feira, a Federação Mineira de Futebol promete entrar com uma representação na Conmebol, entidade que controla o futebol sul-americano, pedindo o repúdio ao acontecimento. No perfil da Libertadores no Twitter, a Conmebol afirmou que o Real Garcilaso pode ser punido por causa dos atos racistas de parte da torcida.

    "Sobre o tema de racismo no Real Garcilaso x Cruzeiro, a Confederação Sul-Americana de Futebol se referirá ao tema e a possíveis sanções pertinentes. Pedimos tranquilidade aos torcedores do Cruzeiro. No entanto, sabemos que isso é inaceitável". Em seu site oficial, o Cruzeiro chamou a manifestação vinda das arquibancadas de "vergonhosa".  (Fonte: Veja)




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