• Advogado diz que o goleiro Bruno pode jogar mesmo preso em regime fechado

    Bruno foi condenado a 22 anos pela morte de Eliza Samudio / G1 (Foto: Renata Caldeira / TJMG)

    O advogado do goleiro Bruno Fernandes, Francisco Simim, afirma que, mesmo em regime fechado, o jogador poderá trabalhar fora da prisão. O atleta assinou o contrato com o Montes Claros FC, que disputa o Módulo II do Campeonato Mineiro, segundo Simim. “A lei concede o benefício do trabalho mesmo em regime fechado, desde que ele esteja escoltado. Então poderia sair para treinar e voltar”, disse ao G1 na manhã desta sexta-feira (28).
     

    Em março de 2013, Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte de Eliza Samudio. Ele está detido desde julho de 2010, na Penitenciária Nelson Hungria. O advogado afirmou que o goleiro ficou muito emocionado no momento da assinatura do contrato. "Ele está muito empolgado com a possibilidade de voltar a jogar futebol", disse.

     

    Advogado do goleiro Bruno, Francisco Simim, na
    porta na Federação Mineira de Futebol
    (Foto: Diogo Finelli/Globoesporte.com)

     

    Ainda segundo Simim, Bruno foi examinado por um médico, que afirmou que o goleiro está apto para voltar aos campos. “Nosso projeto é que ele possa recuperar a forma física e esteja apto a jogar. Neste Campeonato Mineiro, eu não sei”, disse. O prazo para a inscrição de atletas na segunda divisão da competição termina nesta sexta-feira (28).

     

    De acordo com o clube, o contrato assinado por Bruno vale por cinco anos, tem salário de R$ 1.430 e multa rescisória de R$ 2,86 milhões. Para o presidente do Montes Claros Futebol Clube, Ville Mocellin, a atuação do goleiro na segunda fase do Campeonato Mineiro do Módulo II vai depender das condições físicas e técnicas do ex-jogador.

     

    Contrato firmado entre o goleiro Bruno Fernandes e
    o time mineiro Montes Claros
    (Foto: Diogo Finelli/Globoesporte.com)

     

    A Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) confirmou que o advogado se reuniu com o jogador no presídio. Ainda segundo a pasta, a assinatura do documento dentro da unidade não é irregular, mas não há garantias de que Bruno poderá jogar, pois isso requer decisão judicial.

     

    Em janeiro, o advogado de Bruno solicitou à Vara de Execuções Criminais de Contagem a transferência dele para o presídio de Montes Claros. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ainda não há decisão sobre a solicitação. O tribunal afirma que, enquanto Bruno estiver no regime fechado, ele só poderá trabalhar na cadeia. Ainda segundo o TJMG, somente em 22 de janeiro de 2020, o jogador poderá requerer o direito ao regime semiaberto.

     

    G1 consultou o presidente da Coordenação Nacional de Acompanhamento do Sistema Carcerário da Ordem dos Advogados do Brasil, Adilson Rocha, sobre a situação do goleiro. Segundo Rocha, a Justiça pode conceder o direito de Bruno atuar no futebol com base na Lei de Execução Penal, mas esta é uma decisão complexa. “O trabalho é aconselhável. Mas é uma autorização muito complexa, porque exigiria viagens e é uma atividade mais comum no fim de semana. É difícil conceder, mas há a possibilidade, que vejo como remota”, afirma.
     




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