Em 2013 o governo do Estado da Bahia encaminhou à Assembleia Legislativa um projeto de lei (de número 20288/2013) transferindo, entre outros, dois trechos de rodovias estaduais para que integrem a BR-122, a mais sertaneja das rodovias e, talvez por isto, a mais negligenciada ao longo do tempo.
Ligando Montes Claros, em Minas Gerais, a Chorozinho no Ceará, a BR-122 possui dois longos trechos sem pavimentação. A transferência pretendida pelo governo da Bahia, contudo, NÃO atende ao trecho de Caetité, pois transfere trechos da rodovia BA-144, provocando um desvio a leste na BR e dotando de asfaltamento o trecho que liga Seabra a Juazeiro, beneficiando a cidade de Campo Formoso.
De Seabra a Caetité, o vazio continua.
Apesar de a engenharia ser uma ciência criada para eliminar obstáculos, tudo indica que o DNIT – o órgão federal encarregado de construir estradas – não irá tão cedo completar o trajeto da Rodovia do Sertão. Isto porque, entre Paramirim e Seabra há, justamente, um obstáculo que nossa engenharia e governantes continuam a tratar como intransponíveis: a Chapada Diamantina.
Em razão disto o percurso original foi alterado, passando por Rio do Pires, Novo Horizonte e Ibitiara – ao invés de Érico Cardoso e Boninal. A alteração, contudo, ainda representa um “grande desafio da engenharia”.
Em março de 2009 o DNIT abriu uma licitação para a obra, orçada em 980 mil Reais. O trecho a ser completado teria uma extensão de 664,4 km, a um custo previsto de R$ 1.476,35 por quilômetro, e seria concluído em... 120 dias.
Passados mais de cinco anos, nem um centímetro foi começado, no trecho em questão. Completa-se, assim, seis décadas de descaso para com o sertão...
Ou seria para com a região de Caetité, Paramirim, Igaporã e todas as outras cidades que com Caetité se irmanam?