• Rompimento de Rui Costa com PDT mostra antecipação por 2016

    Fotos: Fabiano Neves / Destaquebahia.com.br

    O rompimento do governador Rui Costa (PT) com o PDT, anunciado ontem pela manhã, foi o auge da crise interna que levou o partido a uma disputa fratricida e à demissão da secretária de Agricultura, Fernanda Mendonça, apenas 20 dias depois da posse. Além de expor a queda de braço entre os dois principais líderes da legenda na Bahia - o presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, e o deputado federal Félix Mendonça Júnior, que comanda a sigla no estado -, o fim das relações de Rui com o PDT mostra claramente a disposição do petista em antecipar os movimentos no xadrez eleitoral de 2016.

    “Fomos ao presidente nacional, Carlos Lupi, explicitamos a ele a posição política do novo governo, de que era preciso escolher um lado. Nós somos abertamente adversários do prefeito de Salvador (ACM Neto, do DEM) e avisamos que não dá para estar com os dois ao mesmo tempo”, afirmou o secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes, que comunicou a ruptura a Félix Júnior em um telefonema ontem pela manhã. “Eles queriam algo mais que a gente não pode dar”, disse Félix, ao se referir à imposição de Rui para que o PDT deixasse os cargos na prefeitura.

    Costura por fora
    Tanto Josias Gomes quanto Félix Júnior admitem que o corte nas relações entre Rui Costa atingirá somente o PDT em nível institucional e a ala ligada ao presidente da sigla no estado. Daí a demissão relâmpago de Fernanda Mendonça, prima de Félix, e a manutenção de Nestor Duarte, ligado a Marcelo Nilo, na Secretaria de Administração Prisional. Quase que imediatamente ao anúncio, os cinco deputados estaduais eleitos e reeleitos foram chamados para reafirmar aliança com Rui e escolher quem ocupará os cargos que eram da cota de Félix. Aposta-se alto que a pasta de Agricultura será controlada pelo deputado Paulo Câmara.

    Caso de polícia
    Ao mesmo tempo, a guerra entre Félix Júnior e Marcelo Nilo caminha para os tribunais, com direito a ação penal e boletim de ocorrência. Irmã de Félix, a ex-vereadora Andréa Mendonça, secretária de Desenvolvimento, Trabalho e Renda de ACM Neto, contratou o renomado criminalista Gamil Föppel para processar Nilo com base na Lei Maria da Penha. Andréa o acusa de tê-la agredido com palavras de baixo calão durante a tumultuada reunião de anteontem na sede do partido, na Mouraria, quando o PDT decidiu manter-se ao lado de Neto em Salvador. O episódio foi confirmado à Satélite por três testemunhas presentes ao encontro.

    Moinho político
    Félix Júnior não esconde a decepção com a ofensiva deflagrada por Rui Costa, parte da operação petista contra a base de alianças de ACM Neto. “Agora, que já não precisam mais do apoio e do tempo de televisão do partido, de que tanto precisaram para a eleição do ano passado, fica fácil nos descartar. Mas vamos arrumar as coisas e ver como elas ficam. Como disse Carlos Lupi, após saber da decisão, é seguir em frente, tem muita água para correr debaixo da ponte”, afirmou. (Fonte: Correio24hora)




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