• Mandela 'inspirou a luta no Brasil e na América do Sul', diz Dilma em tributo

    Dilma Rousseff discursou na África do Sul no tributo em homenagem a Nelson Mandela (Foto: Pedro Ugarte/AFP) / G1 Mundo

    Sob os olhares de cerca de 80 mil pessoas, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (10), durante discurso em tributo ao ex-presidente sul-africano Nelson Mandela no estádio Soccer City, em Johanesburgo, que o exemplo do líder negro inspirou o Brasil e a América do Sul. Segundo Dilma, Mandela foi "a personalidade maior do século 20".

     

    "Trago aqui o sentimento de profundo pesar do governo e do povo brasileiro e, tenho certeza, [também] de toda a América do Sul pela morte desse grande líder Nelson Mandela. O apartheid que Mandela e o povo derrotaram foi a forma mais elaborada e cruel de desigualdade social e política que se tem notícia nos tempos modernos. [Mandela] Inspirou a luta no Brasil e na América do Sul. 'Madiba', como carinhosamente vocês o chamam, constituiu exemplo de referência para todos nós, pela histórica paciência com que suportou o cárcere e o sofrimento", disse Dilma.

     

    Falando em nome do continente sul-americano, a presidente brasileira foi a segunda chefe de Estado – depois de Obama – a discursar na cerimônia, que lotou o Soccer City, palco da final da Copa do Mundo de 2010, onde Mandela fez sua última aparição pública. O ato na arena de futebol marca o início dos cinco dias de homenagens ao líder sul-africano, que morreu na quinta-feira (5), em Pretória, aos 95 anos.

     

    Os tributos devem durar até seu funeral, previsto para este domingo (15). Símbolo da luta contra a discriminação racial e vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1993, Mandela será enterrado, de acordo com seu desejo, na aldeia de Qunu, localizada na província pobre do Cabo Leste, onde ele cresceu.

     

    A homenagem a Mandela no Soccer City foi transmitida em telões instalados em outros três estádios de Johanesburgo e em mais 150 locais em toda a África do Sul. O ato também foi veiculado pela televisão para dezenas de países.

    Ato falho
    A presidente brasileira discursou durante 8 minutos, com o auxílio de um tradutor. Em meio à manifestação de pesar pela morte de Mandela, Dilma cometeu um ato falho, referindo-se aos sul-africanos como "sul-americanos".

     

    "O governo e o povo brasileiro se inclinam diante da memória de Nelson Mandela. Transmito à senhora Graça Machel [viúva de Mandela], aos seus familiares, ao presidente [Jacob] Zuma e a todo o povo 'sul-americano', sul-africano, nosso profundo sentimento de dor e de pesar. Viva Mandela para sempre!", confundiu-se Dilma.

     

    A presidente do Brasil começou a discursar pouco antes das 14h (10h pelo horário de Brasília). Ao se posicionar no púlpito coberto, Dilma foi intensamente aplaudida pelo público. Ela destacou no pronunciamento que a nação brasileira, que traz com "orgulho" o sangue africano nas veias, "chora e celebra" o exemplo do líder que "faz parte do panteão da humanidade.

     

    "Sua luta [de Mandela] transcendeu suas fronteiras nacionais e inspirou homens e mulheres, jovens e adultos, a lutarem por sua independência e pela justiça social. Deixou lições não só para seu querido continente africano, mas para todos aqueles que buscam a liberdade e a justiça e a paz no mundo", destacou.




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