Padrino também disse que a Venezuela espera "nesta mesma semana" pela chegada de uma delegação técnico-militar "para melhorar e adequar o que tiver que ser adequado no preparo operacional do sistema de armas de fabricação russa" que possui.

O anúncio de manobras ocorre uma semana depois de uma visita do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, na qual, os dois fecharam acordos de investimentose contratos para a reparação e manutenção de armas. No domingo, Maduro denunciou que Washington – que o chama de "ditador” – colocou em andamento um plano para derrubá-lo, com o apoio da Colômbia.

Em 2008, a Rússia também enviou aviões militares para a Venezuela durante a Guerra da Geórgia, em mais um episódio de tensão entre Moscou e Washington.

A Venezuela costuma se referir à Rússia, que lhe fornece armas, tecnologia e outros recursos, como um "aliado estratégico" de sua política multilateral.

Depois do anúncio do envio das aeronaves russas, o coronel Robert Manning, porta-voz do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, criticou com veemência a medida e citou o envio de navio-hospital à região como exemplo do compromisso de Washington com a região.

"O enfoque dos EUA sobre a região difere do enfoque da Rússia. No meio da tragédia, a Rússia envia bombardeiros à Venezuela e nós mandamos um navio-hospital", declarou Manning durante uma entrevista coletiva realizada hoje no Pentágono.

O militar se referia com estas palavras ao USNS Comfort, que partiu em meados de outubro rumo à América Central e à América do Sul para oferecer ajuda sanitária aos milhares de refugiados venezuelanos amparados por diversos países da região.

"Enquanto nós oferecemos ajuda humanitária, a Rússia envia bombardeiros", lamentou Manning.

Manning pediu ao governo do presidente Maduro para "concentrar-se em oferecer ajuda humanitária para aliviar o sofrimento da sua gente", ao invés de aceitar ajuda militar do Kremlin.

"O mais importante aqui é que nós estamos do lado do povo da Venezuela durante um momento de necessidade e isso é o que o USNS Comfort simboliza", destacou.

De acordo com os dados divulgados hoje pela Defesa dos EUA, desde que iniciou sua missão, há oito semanas, a equipe médica do navio-hospital ofereceu tratamento médico a mais de 20. milcivis e executou 600 operações.

A tripulação do Comfort inclui mais de 200 médicos, enfermeiras e técnicos militares americanos, assim como 60 voluntários profissionais médicos e dentistas de ONGs.

O USNS Comfort, atualmente em Honduras, conta com mais de mil camas, uma dúzia de salas de cirurgia, serviços radiológicos digitais, um laboratório, farmácia e um banco de sangue com 5.000 unidades, assim como com um heliporto habilitado para aeronaves de grande tamanho.(dw.com )

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