“Fiquei pensando no contexto social e econômico e como as pessoas são privadas de ter um diagnóstico e se tratar. Desenvolvi um método de diagnóstico que pode ser feito através de marcadores biológicos que depois vai ser adaptado para um exame de sangue”, diz Georgia. Segundo ela, cientificamente não é uma ideia inédita, porém os pesquisadores “nunca foram adiante para trazer para a realidade.”

 

Georgia lembra que o diagnóstico da endometriose, inicialmente feito por exame de ultrassonografia, e o tratamento, que até prevê uma indicação cirúrgica, é muito restrito. “Esse olhar é voltado para minha comunidade, me senti incomodada com a possibilidade de muitas mulheres nem conseguirem ser diagnosticadas. Quero dar continuidade à minha pesquisa com ajuda de um orientador.” 

 

A estudante concluiu o ensino médio no ano passado e neste ano vai disputar uma vaga em uma universidade americana, onde pretende conciliar cursos de engenharia e algo no campo das ciências biológicas. 

 

Esponja para absorver óleo
A segunda brasileira vencedora é a estudante do ensino técnico em química Raíssa Müller que criou uma espécie de esponja que repele água e absorve óleo e poderia, por exemplo, ser utilizada em acidentes com derramamento de óleo no mar. “É um filtro que funciona com criptomelano, que é um mineral pouco conhecido e tem com propriedade ser poroso. No primeiro processo aumentei a tamanho do poros e no segundo fiz uma cobertura de silicone para repelir água e absorver óleo.”

 

Nenhuma substância química tem esse poder, segundo Raíssa, que lembra que a palha de milho também é usada para este fim, mas depois precisa ser queimada. “Ao utilizar o filtro, o óleo pode ser absorvido e recuperado depois para que seja revendido, e o filtro pode ser reutilizado.”

 

Agora a estudante pretende fazer testes do produto em grande escala para verificar a aplicabilidade. “Ser selecionada no prêmio foi muito bom, é um reconhecimento para mim, para minha região. Quero expor minha ideia e minha pesquisa.”

 

Raíssa vai concluir o ensino técnico de quatro anos em 2015, e pretende em seguida disputar uma vaga em uma universidade americana, para mesclar estudos de psicologia e neurociência. “É a química do cérebro, para mim está tudo interligado.” As brasileiras, assim como os demais estudantes selecionados no concurso, estão com uma campanha na internet para arrecadar fundos aos projetos. 

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