O esquema é alvo da Operação Fantoche, cuja segunda fase teve início pela manhã. Foram expedidos pela 2ª Vara Criminal de Nova Iguaçu nove mandados de busca e apreensão em endereços comerciais e residenciais na capital e em municípios da Baixada Fluminense.

Subsídio

A quadrilha também lucrava com a compra ilegal de vales-transporte, nos quais cobrava um taxa de até 50%. Entre os endereços que foram alvos dos mandados estão duas empresas de ônibus suspeitas de lesarem os cofres públicos: Expresso São Francisco e Transtur Vila Emil Nova Iguaçu Turismo e Viação. Os créditos de vale-transporte comprados de trabalhadores eram descarregados nos validadores dos ônibus de ambas as empresas. Esse processo precisava ser feito aos poucos porque só é possível utilizar os cartões do bilhete único oito vezes por dia.

A polícia suspeita que verba pública tenha bancado viagens que não foram realizadas na prática. Isso porque o governo do estado subsidia parte do valor da passagem quando o bilhete único é usado para fazer a integração. No caso de utilizar dois ônibus, por exemplo, o segundo não tem custo para o usuário. Como as viagens eram fictícias, a quadrilha também pode ter lucrado com recursos do poder público possivelmente repassados às duas empresas.

Também foram realizadas buscas em endereços ligados a um empresário do ramo da beleza e ainda em uma igreja evangélica e na casa de sua sócia-presidente, em Nova Iguaçu (RJ). Os dois são suspeitos de se beneficiarem em esquema de lavagem do dinheiro obtido pela quadrilha.

Operação Fantoche

Segundo a polícia, documentos apreendidos na primeira fase da Operação Fantoche permitiram a identificação de mais 129 empresas fantasmas, que estão em nome de 47 laranjas. As firmas foram constituídas com o objetivo de abrir contas bancárias e conseguir o credenciamento de máquinas de cartões para transferir os recursos dos vales-alimentação e dos vales-refeição.

Já a segunda fase foi realizada em parceria com o Laboratório de Combate à Lavagem de Dinheiro e à Corrupção do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) e teve como alvos os suspeitos de serem os financiadores e os reais beneficiários do esquema. O empresário Nivaldo Gomes Pereira é apontado como principal responsável pela quadrilha. Em um escritório montado por ele no centro do Rio de Janeiro, estariam sendo movimentados mais de R$ 10 milhões por mês. Também foram identificados na investigação diversos outros escritórios menores, na capital e na Baixada Fluminense, dedicados à compra dos benefícios dos trabalhadores. (Agência Brasil)

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