• Ministério da Saúde e governos estaduais divergem sobre casos de dengue

    Dados disponibilizados por dez estados brasileiros sobre os números de casos e mortos por dengue em 2024 são diferentes se comparados à apuração divulgada pelo Ministério da Saúde por meio do painel de arboviroses do país. Com exceção de Goiás, que não respondeu até a conclusão desta reportagem, todos os outros nove estados citados, apesar de apresentarem números divergentes, dizem utilizar dados do Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), desenvolvido pelo Ministério da Saúde, para atualização das informações de suas respectivas plataformas. Em alguns estados, o Ministério da Saúde registra dados maiores do que as próprias secretarias estaduais de saúde. Foram analisados dados computados até terça-feira (5) de dez estados de todas as regiões do país que também possuem painel. Atualizada diariamente, segundo nota, a plataforma do Ceará mostra 591 casos confirmados de dengue, ante 567 apontados pelo Ministério. O estado e a pasta não registram nenhum óbito. A maioria das secretarias de saúde estaduais apresenta dados superiores se comparados aos números do Ministério da Saúde, o que não é o caso de Minas Gerais. O estado com mais casos de dengue apontou 152.440 confirmações, 49 óbitos e 270 mortes em investigação, enquanto o governo mostrava 179.334 confirmações, 127 óbitos e 354 mortes em investigação. A plataforma de arboviroses do governo federal apresenta ainda dissenso entre os tópicos apresentados para filtragem dos dados. Para calcular os casos confirmados como dengue é necessário fazer uma seleção por tais números, que serão mostrados em “casos prováveis”. No entanto, se não é feita nenhuma seleção de tópico, ao rolar até o fim do painel é possível localizar um gráfico de setores que aponta um número diferente em casos prováveis e confirmados em todo o Brasil. A exemplo, em sua última atualização, a plataforma registrava no território nacional 558.554 casos confirmados com a seleção do tópico “casos confirmados”. Porém, sem selecionar nenhum índice, o gráfico setorizava 597.565 casos confirmados, um aumento de quase 7%.