“Esse transplante tem que ser para ontem!”, disse a cardiopata Estela Azeka.

Quatro corações compatíveis apareceram depois que a reportagem foi mostrada no Jornal Nacional, mas sempre havia um problema e Júlia era obrigada a esperar uma nova chance.

“Isso aqui vai acabar, se Deus quiser, logo”, torcia o empresário Cesar Siqueira, pai de Júlia.

“A gente tem fé que tudo vai se resolver da melhor forma possível e mais rápido possível para gente voltar a ter uma vida em família normal”, disse a mãe de Júlia.

E esse dia tão esperado chegou, e não foi graças a um transplante. Inexplicavelmente, os exames mostraram que o coraçãozinho da Júlia voltou a ser isso mesmo: um coraçãozinho. Recuperou o tamanho normal. E o melhor, não apresenta fibrose, geralmente causada pela expansão exagerada. Júlia ainda tem a doença, mas se tomar os remédios direitinho, pode ter uma vida normal.

“A gente até se emociona, porque a gente luta para isso, para a criança ter uma boa qualidade de vida, sempre. Foi uma etapa superada”, diz Estela Azeka.

Hora das despedidas: médicos, enfermeiros, outros pacientes. E, finalmente fazer as malas. A Júlia passou mais da metade da vida dentro do hospital, por isso esse dia é tão especial para ela e para toda sua família: voltar para Brasília, e com o próprio coração batendo no peito. Um sucesso da medicina? Uma obra de Deus? Afinal, como explicar esse momento?

“A gente crê que foi um milagre, porque desde o início a gente orava com muita fé sempre, para que Deus fizesse o melhor por ela”, afirma Cesar Siqueira.

Entrar em casa outra vez. Rever os tios, os avós, o irmãozinho. Difícil segurar a emoção.

“E ela está aqui com saúde, sem transplante, com o coração dela”, diz a mãe da Júlia.

Depois de passar 236 dias no leito de um hospital, esta noite Júlia vai dormir de novo na caminha dela. É sonho que vira realidade.

CONTINUE LENDO