• Justiça descobre fraude de R$ 100 mi em empresa de Feira de Santana

    Empresa, que vendia produtos cirúrgicos, fechou as portas no ano de 2007.
    Representantes depositaram cerca de R$ 100 milhões em nome de laranjas.
     

    Investigação da Justiça do Trabalho em Feira de Santana, na Bahia, detectou uma fraude de aproximadamente R$ 100 milhões. A investigação começou após 1.200 funcionários terem recorrido à Justiça para receber salários atrasados e dívidas trabalhistas da empresa Plascalp, que decretou falência.

    A investigação aponta que representantes da empresa depositaram cerca de R$ 100 milhões em nome de laranjas para não pagar as dívidas. Depois de oito anos, a Justiça conseguiu penhorar R$ 50 milhões em dinheiro e R$ 100 milhões em bens materiais do grupo de pessoas físicas e jurídicas relacionadas à empresa.

    A Plascalp, que vendia produtos cirúrgicos, fechou as portas no ano de 2007 e deixou uma dívida trabalhista no valor de R$ 80 milhões, com alegação de falência. Foram em torno de 700 processos vinculados às varas do Trabalho de Feira de Santana e Salvador e mais de 50 advogados envolvidos no caso.

    De acordo com a Justiça, o dinheiro da Plascalp estava espalhado com 53 pessoas e 81 empresas, todos apontados como “laranjas”. Eles vão responder por crimes financeiros.
    "O tribunal tem o setor de inteligência, que trata desses assuntos que envolvem valores altos de grandes empresas. Através de ferramentas de investigação, de internet, utilizadas pelo Banco Central, pela Refeita Fderal, descobriu que o dinheiro dessa empresa estava em outras empresas. E está conseguindo bloquear, ainda estão sendo feitos outros bloqueios", disse o juiz Gilber Santos.

    O ex-funcionário da Plascalp, Clécio Oliveira, conta que se surpreendeu com a vitória judicial.  “Me senti bem aliviado, até porque a gente não acreditava mais nessa vitória. Não só eu como os 1.200 funcionários da empresa”, disse. “É uma vitória fantástica, que traz o devido respeito ao Poder Judiciário, porque os grandes devedores não estão pagando. Estão usando de milhares de expedientes para não pagarem às execuções em curso”, disse uma das advogadas dos trabalhadores, Odejane Franco.

    Em nota, o advogado dos donos da Plascalp, Dante Pereira, criticou a condução do processo na Justiça do Trabalho e prometeu recorrer da decisão. (G1 Bahia)