O delegado Gustavo Tortarelli, que investiga o caso, informou ao G1 que, com a morte de Jéssica, o suspeito da agressão, Américo Francisco Vinhas Neto, passa a responder por lesão corporal seguida de morte. Ele teve a prisão decretada na sexta-feira (6) e está foragido. "Muda a tipificação do crime. Agora ele vai responder por lesão corporal seguida de morte, artigo 129, parágrafo 3º doCódigo Penal. A pena é de 4 a 12 anos", disse.

O G1 tentou falar com o advogado de Américo, Gutemberg Macedo, no final da tarde desta terça-feira, mas até o fechamento desta reportagem não conseguiu contato.

Enquanto Jéssica estava internada, o suspeito estava respondendo por lesão corporal gravísisma por conta da agressão e da morte do bebê de aproximadanete 4 meses que a vítima perdeu por causa das lesões sofridas no espancamento. O inquérito deve ser concluído até o dia 25 de maio.

UTI

Jéssica estava grávida de aproximadamente 4 meses quando foi agredida e perdeu o bebê por conta das lesões que sofreu. Ela estava respirando com a ajuda de aparelhos e não vinha repondendo bem ao tratamento, segundo o relato de familiares. Por causa de uma lesão no pulmão, ela contraiu uma bactéria no sangue nos últimos dias, o que agravou bastante o quadro de saúde. A jovem chegou a ter uma parada cardíaca na madrugada de segunda-feira (9).

Jéssica havia apresentado sinais de melhora na sexta-feira (6). Segundo a família, ela chegou a abrir os olhos e balbuciar algumas palavras, após os médicos fazerem uma tentativa de dimnuir o uso de sedativos, mas a paciente voltou ao coma induzido por conta das febres e pressão alta.

Prisão decretada

O suspeito de agredir a jovem, o estudante de Engenharia Américo Francisco Vinhas Neto, 24 anos, teve a prisão preventiva decretada pela Justiça na sexta-feira e, segundo a polícia, está foragido. O advogado dele, Gutemberg Macedo, disse que não vê legalidade no pedido de prisão do cliente e que vai entrar com o pedido de habeas corpus.

Ainda conforme o advogado, Américo não vai se entregar à polícia até o Tribunal de Justiça da Bahia emitir uma decisão sobre a legadidade do pedido de prisão preventiva.

O mandado de prisão foi expedido pela juíza Juliane Nogueira Santana Rios, da Vara de Violência Contra a Mulher. O pedido tinha sido feito na quarta-feira (4), pelo delegado Gustavo Tortorelli, que investiga o caso.

Segundo o delegado, policiais civis da cidade foram até a casa do suspeito no final da tarde de sexta-feira e ele não foi localizado. Aos policiais, conforme informou Tortorelli, foi dito que Américo não estava em casa e que não se sabia do paradeiro dele.

Caso

Jéssica foi agredida na casa em que mora com um amigo, em Vitória da Conquista, durante uma festa na madrugada do dia 25 de abril.

Na ocasião, cinco pessoas, além da vítima e do suspeito da agressão, estavam no local. Segundo a polícia, Américo Francisco inicialmente negou que teria agredido a jovem. Em um segundo depoimento, na terça-feira (3), ele disse não lembrar do que aconteceu no dia do crime.

O delegado Gustavo Tortorelli informou que o suspeito negou mais uma vez que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima e relatou ter feito uso de drogas e bebida alcoólica no dia da agressão, além de afirmar que não sabia que a jovem estava grávida. Um exame deve apontar se Amério fez uso de drogas no dia do ocorrido.

Américo Francisco Neto teve material genético colhido para que seja feito exame de DNA com amostras retiradas do feto. O prazo para o resultado do exame não foi informado.

Segundo o delegado, as investigações apontam que Jéssica e Américo se conheciam há pouco tempo. Testemunhas que estavam na casa da jovem no dia da agressão confirmaram que ela e Américo se conheciam há pouco tempo.

A versão dos familiares de Jéssica é diferente.Eles apontam o suspeito como namorado de Jéssica. Os familiares da jovem disseram também que não sabiam que a jovem estava grávida quando foi agredida.

O suspeito da agressão chegou a ser preso em flagrante, mas foi solto mediante pagamento de fiança. O advogado dele, Gutemberg Macedo, disse que a situação foi acompanhada por um outro advogado e que o valor da fiança foi de cerca de R$ 5 mil.

Conforme Macedo, o cliente foi liberado pelo delegado Tortorelli que configurou o caso como violência doméstica, mas entendeu que a situação era afiançável. O delegado disse ao G1 que no dia do ocorrido não tinha conhecimento de que a vítima estava grávida, o que muda a configuração do crime.

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