O estudo divulgado anteontem pelo  Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), utilizando séries históricas do IBGE – só reforça a desigualdade de gênero no país. Mulheres são as que mais sofrem, as que são mais violadas, as que mais trabalham e as que menos ganham.  Outros dados, divulgados  ontem pelo IBGE na Bahia, dão um alento e apontam para uma “leve tendência” de redução da desigualdade de rendimentos: passou de 19,5% para 14,7% em 2016, na Bahia. Em Salvador, no mesmo período, foi de 31,9% para 23,4%.

A realidade da mulher nordestina, preta e pobre é ainda pior. “As desigualdades de gênero se convergem com as desigualdades raciais e deixam as mulheres negras em posições piores, menos valorizadas, mais subalternas”, diz a especialista em políticas públicas e gestão governamental Natália Fontoura, uma das autoras do estudo do Ipea. Mesmo assim, ela diz que é possível mudar o quadro. “Se tivermos um estado que priorize o enfrentamento dessas desigualdades, daqui a algumas décadas, podemos superar”.

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