• BRUMADO

    IRONIAS DA HISTÓRIA

    IRONIAS DA HISTÓRIA

    Advogado Dr.Cléio Diniz colunista do Destaquebahia.com.br

    Não querendo defender este ou aquele, não querendo posicionar entre este ou o outro, mas sim apenas um comparativo para que passemos a questionar a condição intelectual e administrativa de nossos governantes, quiçá suas intenções.

     

    Se prega, dando até razão a intenções de guerra que o sistema de governo adotado pela Ditadura subtrai, entre outros o direito de pensamento e questionamento, direito este defendido pelo sistema Democrático como um dos pilares da evolução, equilíbrio e bem estar da humanidade.

     

    Diante deste quadro comparativo, especificamente em nosso País chamado Brasil nos deparamos com algo estranho e incoerente, ou seja, durante o regime militar, apesar da intensa e dura repressão, nas escolas tínhamos na grade curricular, inclusive nas escolas públicas e já no ensino fundamental disciplinas como OSPB – Organização Social e Política Brasileira e EMC – Educação Moral e Cívica. O curioso que tais disciplinas se tornaram obrigatória por determinação legal, ou seja, com o advento do Decreto-Lei nº 869, de 12 de setembro de 1969.

     

    Muitos defendem o ponto de vista de que tais disciplinas apenas serviam para catequizar os estudantes e impor a forma de governo pretendida pela Ditadura, o que particularmente concordo, todavia a simples abertura para o estudo sobre a matéria, ao transmitir conhecimento sobre o tema consequentemente atiça o dom da curiosidade intrínseco no ser humano, e aviva as perguntas que por sua vez o questionamento e o debate.

     

    A Ditadura pode sim ter tido a intenção de doutrinar o povo, mas para isto forneceu a matéria prima para o debate, ou seja, o saber, o conhecimento e o entendimento.

     

    Em conduta diversa e contrária, o nosso sistema democrático de governo editou a lei nº 8.663, de 14 de junho de 1993, que revogou o Decreto lei anterior que instituiu a obrigatoriedade de tais matérias, eliminando-as da grade curricular. Com tal atitude foi suprimida da formação educacional escolar todo e qualquer conhecimento sobre sistema de governo, sociedade e sua convivência, educação, moral e civismo, ou seja, nossos jovens chegam a idade de 16 anos, ganham o direito de votar em seus representantes, mas não tem o mínimo conhecimento e entendimento, quiçá discernimento para efetuar uma votação coerente e certa.

     

    Com tal atitude, os governantes do sistema democrático inverteram a ordem de valores e estão praticando um sistema que melhor se enquadraria em uma Ditadura, ou seja, a manutenção de um povo leigo e desinformado.




MAIS NOTÍCIAS

Estamos nas redes sociais