A carne foi o destaque de alta da inflação brasileira em 2019, especialmente nos últimos meses do ano, em meio ao aumento das exportações para a China e à desvalorização do real. O preço subiu 32,4% no ano, representando o maior impacto individual na inflação anual.
Para 2020, a proteína animal não deverá ficar mais cara, mas também não terá os valores praticados há um ano, de acordo com especialistas.
Isso porque:
Os preços ficaram estagnados desde o início da crise econômica, em 2015, e os valores precisavam passar por reajuste;
Para o Ministério da Agricultura, a euforia da demanda chinesa também passou, e agora os preços devem encontrar um ponto de equilíbrio;
Acabou a "entressafra do boi" e a oferta de animais prontos para o abate aumentou, o que tende a diminuir os valores negociados no mercado;
Quando a carne bovina cai, outras proteínas, como frango e porco tendem a desvalorizar;
Porém, a abertura de novos mercados não pode ser descartada, o que traria um fato novo para a atual dinâmica de preços.
O analista de mercado Leandro Bovo explica que o mercado da carne bovina, a principal consumida no país, passou 4 anos sem alta de preços ao mesmo tempo que os custos de produção não paravam de subir.