• Bahia é um dos pouco estados com grupo de atenção à saúde da população negra

    Por Juliana Almirante / Bahia Noticias

    A Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, estabelecida em 2008 pelo Ministério da Saúde, ainda é implantada a passos tímidos na Bahia, embora seja um dos poucos estados que possuem um comitê para o tema. No Brasil, apenas metade das unidades da federação e seis capitais têm se voltado para aplicação de políticas específicas. De acordo com secretário de Promoção da Igualdade Racial, Elias Sampaio, uma das principais ações executadas no estado é um programa de combate ao preconceito institucional na saúde. “Se verificou que o acesso à saúde da população negra também é prejudicado pelo racismo. Estatísticas mostram que o tempo de consulta de uma mulher negra é menor do que uma mulher branca”, justificou Sampaio. De acordo com representante da secretaria no comitê, Karine Duarte, apesar das ações da pasta, como oficinas e distribuição de cartilhas, o embate contra a intolerância no setor precisa ser ampliada. “Tem muito ainda a melhorar, porque a gente trabalha com um universo muito grande de servidores. O desafio é formar todo o quadro de servidores lá na ponta. Existe uma política, mas fiscalizar e garantir se torna muito difícil”, avalia. O coordenador de Promoção da Equidade em Saúde da Sesab, Antônio da Purificação, informou que a portaria nº2, de 23 de março deste ano, que estabelece a liberdade de culto dentro de hospitais, ainda está em fase de execução e deve ser posta em prática até o final do ano. “Todas as religiões, seja do candomblé, espiritismo, protestantes poderão entrar nas unidades. Só que eles precisam entender até que ponto pode atuar ali e também tem o direito de o paciente aceitar ou não receber os religiosos”, afirma. A temática da saúde da população negra é trabalhada, conforme o coordenador, em matérias oferecidas na escola estadual de Saúde Pública e na de formação técnica. Uma das doenças que atingem em maioria a população negra, a anemia falciforme, é comum em comunidades quilombolas do estado. De acordo com o coordenador da Sesab, o atendimento ainda não está 100%. “É uma questão que vai levar alguns anos, porque é uma doença crônica e precisa de atendimento na Saúde Básica”, avaliou. Segundo ele, o estado conta com serviços de referência em Salvador e outras sete cidades do estado e depende da adesão dos municípios. 




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