• Quando a mãe chora e o filho não vê

    Por Celino Souza / Blog do Anderson / Foto: Reprodução

    Aí você rala o ano inteiro, a vida inteira pra comprar o smartphone dos seus sonhos, um notebook, tablet ou a moto que você tanto queria para se livrar das tarifas do busão, um carro conseguido á vista ou financiado em sei lá em quantas “suaves” prestações, mas ainda sem seguro e eis que surge – do nada – um moleque “de menor”, mas com compleição física de fazer inveja a qualquer marombado e grita, de arma em riste: – Perdeu, perdeu, passa pra cá !.



    E assim, do nada, seu castelo se desmorona, seus sonhos viram pesadelo e tem-se início a noites e noites insones, tentando entender o porquê disse tudo, a razão que levou você a entrar para a terrível lista das estatísticas policiais como vítima. Menos mal quando “vão-se os anéis e ficam-se os dedos”. Você está vivo, foi poupado. Graças a Deus.



    Mas, e se o seu “anjo da guarda” não estivesse de plantão e o marginal, além de assaltar, num gesto de sadismo – ofuscado pelas drogas – ainda puxasse o gatilho ou aplicasse um certeiro e fatal golpe de faca ? Deus nos livre. Amém. Esse é o nosso mundo cão, com chamas do inferno atiçadas pela voraz sede de drogas.



    Lá se vai mais um patrimônio suado, honesto, ser transformado em pó (desculpe o trocadilho) ou em pedras de crack nas incontáveis bocas-de-fumo espalhadas pela cidade.



    Multiplicam-se grades em portas e janelas, cercas elétricas em muros e diminui-se a eficácia do aparato policial. Culpa dos nossos gestores políticos... Como fazer ecoar isso aos ouvidos do governador, se os nossos representantes (sic) estão amparados por seguranças particulares e não menos incapacitados assessores lambe-botas ? Na falta de políticas públicas, resta-nos confiar em Deus e, que me perdoem os defensores dos direitos humanos para “humanos tortos”, mas o fim de quem se envereda pelo caminho do crime é cadeia ou cemitério.



    Nos últimos dias, a proposito, a segunda opção tem sido a mais eficaz para erradicar do seio social alguns jovens que querem pagar de bacana, tirar onda de playboy e príncipes da luxúria e ostentação. De que adianta curtir baladas, praias, whiskies importados, carros rebaixados e com som de trio, se não se pode chegar aos 18, 20, 25 anos de idade ?



    Não se iludam, meus jovens errantes. “A vida do crime não é brincadeira, se vacilar, vira peneira”, alerta a letra de um funk proibido. Saia enquanto é tempo. Lutem, trabalhem, estudem e, se não conseguir realizar seu sonho de carro do ano e cordão de ouro, pelo menos dê orgulho ao seu pai, sua mãe, seus amigos. Ser pobre não é defeito. Defeito é roubar, já dizia minha saudosa mãe.

    Hoje você pode até gritar para a sua vítima e viver da ilusão do seu roubo ou do seu vício, mas logo, logo será você. E então ? Vai aceitar o conselho ou vai esperar seu algoz lhe estourar os miolos e, em vez de você, escutar pela última vez: – Perdeu, perdeu ?




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